quinta-feira, 3 de junho de 2010

Vida de buzu 2


Eu definitivamente odeio transporte público. Viver em uma capital agitada, quente e grande como Salvador não é nada fácil. Sem dinheiro para comprar um carro ou ir de táxi para todos os lugares tudo só piora. Então tenho que recorrer ao transporte público. O problema do transporte público não é só o fato de ter que dividir alguns minutos de sua vida com pessoas estranhas que parecem desconhecer o significado da palavra EDUCAÇÃO, mas saber que estamos pagando um preço absurdo (Salvador possui a tarifa mais cara de ônibus do Brasil) para irmos em pé, amontoados uns sobre os outros e sem sinal algum de respeito ou consideração por parte das empresas que nos fornecem este serviço. Por que não importa quão cheio o ônibus esteja o motorista sempre vai parar no próximo ponto. Pegar um buzu lotado é o mesmo que entrar numa guerra. As pessoas entreolham-se com tamanho furor que você não sabe se respira fundo e permite que a passagem fique livre ou se fica parado para que o outro também desfrute da sua desgraça. Palavras de baixo calão começam a surgir a todo instante e o motorista parece já não se intimidar com tantas ofensas. Você participa daquilo tudo e nada pode fazer para mudar ou amenizar a situação. O comodismo nos toma de tal maneira que involuntariamente aceitamos tais situações como coisas banais. Para completar toda amálgama você ainda encontra pessoas com falta de educação e ética, porque alguém que permite que um idoso permaneça em pé em um ônibus lotado e sente-se sem incomodar-se com tal condição, só pode ser um ignorante. Um desconhecedor de bons costumes, educação e delicadeza. Um passeio de buzu não é só um simples passeio, mas uma oportunidade para que haja reflexão. Porque os homens não evoluem? Até quando viveremos em uma sociedade robotizada, onde as pessoas não pensam, nem lutam por seus direitos?

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