
Eu tenho que ajudá-la. Quando Juju passou pelo banco da praça e fitou aquela moça com olhar melancólico e cansado não pensou em outra coisa. Porque aquele olhar? Como uma moça tão linda que exala simpatia pode estar triste? Juju sempre quis ser uma moça como aquela, mas sabia que nunca pudera ser. Como uma simples borboletinha azul poderia transformar-se em mulher? Isto mesmo, Juju era apenas uma borboletinha, mas não pense que era uma borboletinha qualquer. Toda tarde ela passeava pelo jardim da praça e ficava observando as pessoas que estavam a sua volta. Não era a primeira vez que vira a moça com olhar abatido, por isso aquela cena lhe chamou atenção. Toda tarde aquela jovem ia passear na praça e envolta por um sentimento que não se sabe explicar, tudo que estava a sua volta parecia florescer com a sua presença. Mas naquele dia não foi assim. Os pássaros não foram ao seu encontro, as flores não exalavam seu perfume, o sol temia em esconder-se. Uma melancolia tomara conta de todo o ambiente e tudo o que se via era uma jovem, triste e desolada. Juju não pensava em outra coisa se não ajudar aquela moça. Impulsionada por um carinho inexplicável ela aproximou-se da jovem, posou em suas mãos e permitiu que um toque suave tocasse suas assas. Juju sabia que não era um simples toque, era o toque de um alguém que necessitava ser tocado. Ela entendeu que a tristeza que possuía a linda moça era a falta de alguém para amá-la e ela sabia que naquele coração tinha muito amor. Juju não conseguiu controlar suas lágrimas (porque ao tocá-la viu que a moça chorava), mas ia todas as tardes pousar em suas mãos. Certo dia não encontrou a moça e sentiu-se muito magoada, mas passado alguns dias ela retornara e dessa vez não estava sozinha, Juju sabia que havia terminado a sua missão, não era mais seu toque que iria acariciá-la, mas o toque daquele alguém que ela tanto esperou.
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