100º andar

Existe lugar pior do que elevador? Eu acho que não! Os minutos (segundos) que passamos dentro de um deles é tão curto, mas ao mesmo tempo é tão constrangedor (para não dizer angustiante). Desejamos desesperadamente que aquela cena (curta e boba) acabe logo.
Não sabemos nunca o que fazer. Olhamos-nos no espelho, fingimos que o celular tocou (celular nem funciona dentro do elevador), passamos a mão no cabelo, apreciamos o teto, verificamos o painel dos andares, contemplamos a porta e quando não há mais o que fazer abrimos aquele sorriso amarelo para a pessoa do lado (que situação chata).
Mas andar de elevador também tem seu lado bom. Eu adoro andar de elevador com minhas amigas. Fazemos caretas no espelho, fingimos que o elevador quebrou, imaginamos coisas absurdas (prefiro não comentar), nos estouramos na gargalhada, tiramos fotos bizarras, apertamos diversos botões ao mesmo tempo (ao lado de amigas tudo é motivo para festa).
Eu acho que deveria criar elevadores femininos e masculinos (eu não sou feminista nem fresca). Vamos concordar que para uma mulher não há nada mais desagradável (apavorante) do que ficar trancafiada em um cubículo presa como um homem que pode ser um tarado, torpe, ladrão, feioso, chato, sujo porque um bonito e decente nunca aparece nesses momentos (vida cruel).
Complicado! Mas prefiro correr esse risco (constante) do que subir degraus angustiantes todos os dias.