
Eram 5 horas da manhã e o dia estava radiante. O sol batia na janela do seu quarto e uma alegria estonteante invadiu seu coração. Hoje não vai chover!Isso era motivo de comemoração.
Levantou da cama, calçou a velha sandália, prendeu os cabelos assanhados, olhou-se no encanecido espelho do banheiro, escovou os dentes e foi direito para o banho (frio). Sempre fazia isso cinco vezes na semana.
Não podia reclamar. O emprego que conseguirá era seu sustento. Antes das 6 da manhã já estava pronta e caminhava um período de 10 minutos para chegar até o ponto. No ponto ela esperava cerca de 20 minutos e antes que algum sentimento positivo invadisse sua alma ela sabia que o pior estava por vir.
A vida no buzão é um inferno. Ela dizia essa mesma frase repetidas vezes para si mesma. Acordar cedo, tomar banho, não tomar café, passar perfume, pentear-se e ser invadida por uma mistura de catinga e creme barato é demais para um ser humano só.
No buzão você encontra todo tipo de gente: as fedorentas, as estressadas, as conversadeiras, os tarados, as piriguetes, os pseudos mauricinhos e os que pertencem a sua classe- sofredores sem opção.
A viagem pode durar 10 minutos, mas aqueles instantes passados irão mudar a trajetória do seu dia. Seu amigo que vai de carro (próprio) para o trabalho poderá não entender você, caso seu mau humor esteja aflorado ou algum motivo banal faça você perder as estribeiras.
A vida é isso ai, não adianta chorar, gritar, resmungar. Hoje ainda é segunda-feira.
Vida de buzão.Ô vida sofrida!
kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirverdade!! Lembrei de um prof. com esse texto. Ele dizia que odiava pegar buzu com aquelas mulheres com os cabelos molhados (cheios de creme pigando pelo pescoço) e misturando-se com o suor do corpo. Isso tudo igual a >> um líquido preto descendo pelas costas. Que horror. Pense quantos dias aqueles cabelos não ver água e shampoo??