segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vida sofrida



Eram 5 horas da manhã e o dia estava radiante. O sol batia na janela do seu quarto e uma alegria estonteante invadiu seu coração. Hoje não vai chover!Isso era motivo de comemoração.

Levantou da cama, calçou a velha sandália, prendeu os cabelos assanhados, olhou-se no encanecido espelho do banheiro, escovou os dentes e foi direito para o banho (frio). Sempre fazia isso cinco vezes na semana.

Não podia reclamar. O emprego que conseguirá era seu sustento. Antes das 6 da manhã já estava pronta e caminhava um período de 10 minutos para chegar até o ponto. No ponto ela esperava cerca de 20 minutos e antes que algum sentimento positivo invadisse sua alma ela sabia que o pior estava por vir.

A vida no buzão é um inferno. Ela dizia essa mesma frase repetidas vezes para si mesma. Acordar cedo, tomar banho, não tomar café, passar perfume, pentear-se e ser invadida por uma mistura de catinga e creme barato é demais para um ser humano só.

No buzão você encontra todo tipo de gente: as fedorentas, as estressadas, as conversadeiras, os tarados, as piriguetes, os pseudos mauricinhos e os que pertencem a sua classe- sofredores sem opção.

A viagem pode durar 10 minutos, mas aqueles instantes passados irão mudar a trajetória do seu dia. Seu amigo que vai de carro (próprio) para o trabalho poderá não entender você, caso seu mau humor esteja aflorado ou algum motivo banal faça você perder as estribeiras.

A vida é isso ai, não adianta chorar, gritar, resmungar. Hoje ainda é segunda-feira.

Vida de buzão.Ô vida sofrida!

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkk
    verdade!! Lembrei de um prof. com esse texto. Ele dizia que odiava pegar buzu com aquelas mulheres com os cabelos molhados (cheios de creme pigando pelo pescoço) e misturando-se com o suor do corpo. Isso tudo igual a >> um líquido preto descendo pelas costas. Que horror. Pense quantos dias aqueles cabelos não ver água e shampoo??

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