Eu, você e sua grana

Você é preconceituoso? Não. Eu não acredito! Todos somos um pouco preconceituosos. O preconceito está embutido em nossos pensamentos, atrás da cortina do saber. Nossa culpa? Não. Nascemos, crescemos e vivemos em uma sociedade repleta de falsos pudores, extremamente preconceituosa.

Porque será que essa palavrinha não sai da mídia, dos lares, dos temas debatidos nas escolas, das rodas de amigos? Tão velha tão simples e tão forte.
Todo mundo já ouviu falar sobre ela e sempre que mencionada nos remete a um tipo de preconceito, o preconceito racial. Cuidado! Não fale negão na frente de ninguém isso dá cadeia. Pretinha, escurinha, neguinha? Nem pensar! O nome agora é afro descendente.

Sabemos que nosso país é singular quando se fala em diversidade, seja florestal, animal ou cultural. Aqui não existe uma única raça, e sim uma mistura racial de negros, brancos e índios. O Brasil é mesmo uma mistura! Uma deliciosa mistura. No entanto essa arrebatadora diversidade não nos exclui do preconceito.
Um país, onde grande massa é de negros, ainda carrega costumes (maus) da época colonial. Contudo, convido você para meditar comigo sobre algo que acontece em nossa sociedade. Você aceita o convite?

Qual o preconceito mais conhecido por todos? O racial, claro. Mas, quando escrevia esse texto fui tocada a falar sobre outro tipo de preconceito. O preconceito social, econômico. Não importa a sua cor, religião, etnia. Nada disso. Se você tiver uma conta bancária primorosa poderá participar de qualquer classe. O maior (mais abrangente) dos preconceitos não é o racial como pensamos, é o social.

Convivemos com isso diariamente e não nos damos conta da vergonha que é pertencer a uma sociedade tão putrefata.

Pelé, Robinho, Ranauldinho Gaúcho, Thaís Araújo, Camila Pitanga, Nelson Mandela, Obama, Will Smith. Todos negros. Entretanto, existe uma diferença crucial entre eles e alguns inominados. Eles possivelmente não sofrem os mesmos problemas que os outros (negros anônimos), visto que qualquer um teria o maior prazer de tê-los próximos, de jantar com algum deles, de fazer parte do ciclo de amizade ou até mesmo de ver algum deles de perto. Mas, se eles não fossem famosos tudo seria diferente (pode acreditar).

Por essa razão, afirmo que o preconceito social sobre sai sobre os outros, porque a sociedade é avarenta, ensoberbecida.

Para caminhar livremente por este país basta ser rico!