sábado, 16 de janeiro de 2010

Doce Escárnio


O Ego. Cego. O medo. Preso. O passado. Nublado. O futuro. Incerto.Caminhava a esmo na rua, deixando um cheiro fétido das dores do seu ínfimo ser.Tinha sofrido. Amado. Chorado. Cada esquina era um recomeço, cada lembrança um tropeço. A noite era o seu dia, a escuridão sua companhia. Não tinha amigos, não tinha motivos.Seu doce era amargo, seu mundo um naufrágio. Era triste. Feliz no mundo dos loucos. O alto. Um poço. Perdeu. Ganhou. Perdeu. Ganhou apenas quando teve a certeza de que havia perdido.Bradou. Xingou . Derramou lágrimas de escarlate.Viveu. Aprendeu. Morreu. Partiu como cão sem dono. Sem esforço, sem ao menos ser lembrada por alguém.Doce escárnio de quem viveu na solidão.

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