terça-feira, 18 de agosto de 2009

Meninos de rua


“Tia, me dá um real.” Você não precisar ser tia ou ter mais de 25 anos para ouvir essa frase. Eu não estou aqui para falar dos pedidos feitos entre laços fraternos, mas sim sobre aquele que vem do fundo da alma e que toca muitos corações (pena que não são todos).

Meninos de rua. Eles são milhões em nosso país, podemos encontrá-los diariamente em diversos lugares. Não importa o seu nível social, para eles você sempre estará no topo. Não nego que chega ser assustador passar sozinha por uma esquina deserta e visualizar de longe um pedinte se aproximando. O medo de ser vítima de um assalto é apavorante. Esquecemos que ali diante de nós existe um ser humano em situação deplorável, com fome, sede, higienização precária e sem esperança de uma melhoria (ainda que mínima) de qualidade de vida. Sair daquele lugar imediatamente é uma fuga do mundo real.

Ao contrário do ilustre escritor Nicolau Maquiavel (1469-1527)-O príncipe-, não concordo com a frase: “Os fins justificam o meio”, mas é preciso ter sensibilidade e entender que o homem é inerente ao meio que vive. Justificativa para tanta violência? Não, apenas uma reflexão pessoal.

Eu não estou aqui para pedir que você ofereça um pedaço de pão, algumas moedas e fique sentado em seu confortável sofá de veludo esperando que o mundo mude, por que você já fez a sua parte. O seu dinheiro não vai mudar a situação crítica de milhões espalhados por este país, mas um pouco de amor, atenção, carinho e cuidado expressos em seu olhar poderá transmitir um pouco de esperança para quem já prefere a morte, a uma vida infeliz.

2 comentários:

  1. Eu concordo com você Keuzinha, mas concordo também que é muito complicado conseguir fazer o que você está propondo. O preconceito está enraizado juntamente com o comodismo. Muita gente pode até querer ajudar, mas se perde pelo caminho por não ter coragem de fazer algo.
    Gostei muito do texto!

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  2. Eu penso o mesmo. E me dói na alma ver crianças inocentes, que deveriam ter um lar, amor, carinho, atenção e principalmente EDUCAÇÃO, estarem nas ruas passando fome, frio e humilhções. Eles não mereciam isso, não pediram pra nascer. Maldita desigualdade social que dá a uns condições surreais e a outros nada. Vamos acordar Brasil, vamos mostrar aos nossos pequenos brasileiros que somos um povo acolhedor, porque em época de festas os turistas nos acham os máximos, mas do que vale a opinião deles se a nossa realidade não transparece isso?

    Eliane

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