
O dia mal começou para muitos, mas para aquele grupo de pessoas todos os dias é a mesma coisa. O dia começa antes do galo cantar. Preparam o café, soboreiam o pão "dormido" sem manteiga, faz a marmita para o almoço, veste o capote surrado com o tempo e despede-se de seus filhos com um beijo suave na testa. A neblina ainda cobre as folhas e parece ainda ser noite com tamanha escuridão no céu.
Eles são os chamados "bóias frias", talvez ( com certeza) seu trabalho não seja reconhecido e valorizado, mas aquele simples serviçal campestre que trabalha horas incansáveis por dia cuidando da terra do seu patrão como a mesma devoção que teria com as suas terras ( se a vida oferecesse, uma para ele) é a representação de extenso quadro de trabalhadores brasileiros que passam maior parte do dia no serviço e mal ganha para seu sustento.
Então eu me pergunto: é justo os salários absurdos recebido por jogadores, cantores e atores? Pode crer que não, o Brasil que é um país subdesenvolvido ( que não irá se desenvolver a tempo de alcançar as grandes potências) faz parte dessa massa populacional que paga os tufos para aquele que faz 1 gol em 90 minutos de uma partida para quem canta 1 hora na noite lotando casas de show e estádios e para aquele que enche de suspiros o coração das mulheres em seu mais novo papael de galã.
Mas, o mais vergonhoso em meu país não é nada disso. Eu tenho vergonha dos políticos que nos governam, da cara de pau que eles possuem em roubar, se candidatar, se reeleger e roubar de novo. Um país diversificado, admirado por outros, "bonito por natureza" entregue ás mãos de algumas dúzias de "pilantras" que de quatro em quatro anos nos fazem as mesmas promessas e nos dão o mesmo desgosto.
Eu tenho vergonha do meu país, mas eu o amo. Amo o povo brasileiro, aquele que acorda cedo e vai para a indústria, o que monta sua barraca de verduras na feira, que chega no serviço antes do seu patrão e saí depois dele. Amo aquele grupo de "boias frias" porque não se escondem em sua vergonha, mas lutam dia após dia (mesmo sem a expectativa mudança).
O brasileiro é antes de tudo um guerreiro.
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